quarta-feira, 12 de maio de 2010

No dia 28/03/2010 resolvemos passear na Avenida Bento Gonçalves, espaço onde ocorre todos os domingos, durante o dia, a FEIRA DA AVENIDA. Artesãos e artesãs expõe seus produtos em bancas ao ar livre. É uma verdadeira mistura de cores. Os produtos variam desde trabalhos em madeira, panificação, roupas, tricô, crochê, cerâmica, jardinagem, artesanatos decorativos, produtos com material reciclado, doces, entre outros.

Nossa equipe acompanha a Cooperativa COOPRESSUL, que também têm um espaço reservado na feira para divulgarem e comercializarem sua produção. Fomos com o desejo de nos aproximar e conhecer um pouco maias da realidade do grupo, mas infelizmente naquele domingo elas não estavam.

Visitamos a banca da Lizete (que também faz parte da COOPRESSUL), e das irmãs dela. Elas é Um grupo de três irmãs, uma produz roupas d
e bebê, outra trabalha com peças de crochê e a Lizete trabalha com a linha de cozinha, produzindo toalhas, guardanapos, jogos decorativos.

Aquele domingo foi mais que um simples passeio. Estava eu, Carol (estagiária de Serviço Social), e a Carim (Assistente Social do NESIC e minha supervisora de campo), a Mari, que é a outra estagiária naquele dia não pode nos acompanhar.

É assim que se aprende a respeito das raízes do Serviço Social, onde ele está plantado, em que terra, de qual água se alimenta.
É um conhecimento que ultrapassa os muros da universidade. Sai para a rua, caminha, se move, tem vida própria e manifestações diferentes. Não está escrito nos livros acadêmicos, nem tampouco é transmitido pelos professores. É um saber que só quem sente é capaz de percebê-lo.

Poderia ter sido mais uma tarde de domingo. Daquelas onde geralmente acordo mais tarde, faço chimarrão, ligo o computador para selecionar algumas músicas que enfeitarão o meu dia, talvez lavaria roupa, arrumaria a casa, e ficaria inventando um monte de coisas para fazer, durante o resto do dia, aproveitando cada momento dele.

É, poderia ter sido assim...

Estava acontecendo até o começo da tarde, mas um convite para um passeio surgiu através de uma mensagem no celular. Dizia o texto: Vamos na av na banca da coopressul? Pode ser as 16hs. Encontramos aqui em casa. Manda msg ou recado no orkut ou vem direto.

O sentido do estágio, sua essência, a prática, e todas os manifestações que o compõe, está em poder trocar, em se permitir e experimentar outras sensações. E nesse processo de descobertas, as aventuras nos trazem muita
alegria. Como por exemplo o sentimento de bem estar que senti naquele dia, ao passear no domingo, ao respirar tranquilamente, ao falar o que viesse à cabeça, sem medo de sofrer “punições” por parte de alguém.

Vi tanta beleza e muito colorido naquele espaço de comercialização. Belos produtos artesanais. Belos artesãos, quanta sensibilidade e as mais variadas linhas de expressão naqueles rostos.

Àquelas pessoas dedicaram seu tempo, horas de lazer, talvez muitas passaram a maior parte de seu tempo mais em contato com a produção do que com sua família. Estavam ali, em suas bancas, na companhia de maridos, amigos, sócios, filhos. Saboreando um chimarrão, algumas lanchando, outras jogando conversa fora, muitas produzindo ali mesmo, ao ar livre, livres e envolvidas com suas idéias que mais pareciam um laboratório de experimentações e criações.

Quando visitamos a banca da Lizete e das irmãs, podia sentir o calor no sorriso dela ao nos ver. Ela realmente estava feliz com a nossa presença. Que bom! Que maravilhoso aquele momento!

É ótimo quando podemos nos sentir acolhidos, aconchegados.

Achei lindo o grupo delas. Três irmãs artesãs. Compartilhando e aprendendo umas com as outras as lições da vida, dos negócios, da produção.

Aquele momento me fez relembrar da visita que fiz à Lizete, à algum tempo atrás, no semestre passado, afim de me aproximar do grupo, já que estava no começo do estágio e ainda não conhecia nenhuma das sócias da COOPRESSUL. Ela me recebeu muito bem, foram momentos agradáveis e fundamentais que só vieram a acrescentar na prática do meu estágio. Conversamos por muito tempo. Eu conheci a mãe dela e depois de alguns dias, coincidentemente, a Lizete conheceu minha mãe. Fiquei muito feliz quando ela falou para as irmãs a respeito dessa situação, senti que aqueles momentos tiveram um significado especial à ela.

Aprendi muita coisa naquele domingo!

Aprendi que os vínculos que se criam entre supervisor e estagiário rompem os conceitos “formais” típicos das academias, iluminam os imensos corredores sem vida da universidade, colorem a troca de saberes.

É um universo encantador e cheio de magia.
É um processo onde não existe o que sabe mais, nem o que sabe menos, apenas se sabe, ou nada sabe.
É um intenso inventar, reinventar, aproveitar.
É um construir, reconstruir, desconstruir...
Somos nós quem construímos essas relações, as alimentamos, as cultivamos.
Quando nos permitimos vivenciar por inteiro os momentos.
Quando desejamos de verdade.
Quando o querer o bem vem de nosso interior.

"Eu vejo um novo começo de era, de gente fina, elegante e sincera, com habilidade pra dizer mais sim do que não... Hoje o tempo voa, vamos viver tudo que há pra viver... VAMOS NOS PERMITIR!!!" (Tempos Modernos - Lulu Santos)

Carol

Um comentário:

  1. Que lindo, Carol.

    Adorei este espaço. Com certeza vou passar aqui pra inspirar meus dias.
    Beijo, querida.
    Andréa

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